BALANÇO DA REDE
Para mim, balançar numa rede
É mais profundo do que viver!
Nunca estou tão comigo
Tão próximo dos meus pensamentos
Quando a rede preguiçosa
Me leve de lá para cá
E de cá para lá!
O vento tem as mãos de fada
O silencio do balanço é suave
E misteriosamente perfumado
Que saio de mim, como
Uma pluma solta no espaço
Não sei se é o vento ou se é o silencio
Ou algum Deus da natureza
Mas algo canta uma canção tão calma
Que me fecha os olhos
Me põe criança de novo, levíssimo
Então tomo o corpo de um pássaro
Flutuando no céu desmaiado de paz e luz
Recebendo na fronte, o beijo e as carícias
Das brisas celestiais
Que balançam as nuvens azuis!