O BANHO DE SOL
Acorrentado o meu silêncio
Arredia-me ante os discursos entrincheirantes, inflamados.
Diante de uma fuga impossível
Fico a sós, comendo os milhos transgênicos, dos sabugais.
Pátria amada!
Foste varonil, enquanto eu era jovem.
Hoje, envelhecido e pobre
Arrebata-me a nostalgia dos tempos idos.
Um solo estéril de agrotóxicos se delineia
Ouro, prata e petróleo escasseia-se dia-a-dia.
Sobrará uma estrada sinuosa.
Abarrotada por ferro velho, dos carros último-tipo.
Um mar de plástico nos cercará.
As algas povoarão também as praias.
E sobrará somente a areia malcheirosa e seca para os banhos de SOL.