O BANHO DE SOL

Acorrentado o meu silêncio

Arredia-me ante os discursos entrincheirantes, inflamados.

Diante de uma fuga impossível

Fico a sós, comendo os milhos transgênicos, dos sabugais.

Pátria amada!

Foste varonil, enquanto eu era jovem.

Hoje, envelhecido e pobre

Arrebata-me a nostalgia dos tempos idos.

Um solo estéril de agrotóxicos se delineia

Ouro, prata e petróleo escasseia-se dia-a-dia.

Sobrará uma estrada sinuosa.

Abarrotada por ferro velho, dos carros último-tipo.

Um mar de plástico nos cercará.

As algas povoarão também as praias.

E sobrará somente a areia malcheirosa e seca para os banhos de SOL.

Robertson
Enviado por Robertson em 08/01/2020
Reeditado em 09/01/2020
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