ASPECTOS MARINHOS

Ficam incompreendidas as avalanches da natureza,

As ondas são episódios concomitantes

E aqui e acolá, atropelam-se...

O mar salgado às vezes escurece

E, em redemoinhos, torna-se bravio

Alimentando a fúria das tempestades.

Vez por outra, o horizonte chora

E suas lágrimas são abundantes,

Pois vento e chuva se cutucam nos ares

Deixando a atmosfera densa, quase imperceptível...

Gaivotas e albatrozes navegam em voos rasantes

Enquanto o Sol e a Lua se beijam, amantes,

Diante dos tornados que se alevantam antes

Que o dia se enamore da noite em caudal paixão.

Assim é o ambiente natural,

Vernáculo dos torvelinhos de amor

Mesmo que perante as madrugadas sombrias

As estrelas pousem num porto cadente

E, silenciosas, cintilem sobre o ardor

Que a menopausa da Terra furtou

Do frio e do calor da aurora orvalhada...

Sobre os mananciais das colunas de pedra

As vagas vomitam as vicissitudes oceânicas

E o planeta, constrangido, rebola em movimentos

Permitindo que na seara da existência em penumbra,

Possam os oásis saciarem a sede dos umbrais!

DE Ivan de Oliveira Melo

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 19/12/2019
Código do texto: T6822888
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