O LIXÃO DO HOMEM É O MAR
Sentado sobre as pedras lá no alto do costão
Eu apreciava o mar.
Era noite de lua cheia que prateava a tudo
Até aonde alcançava o meu olhar.
O mar sem o vento torna-se silencioso
E eu ficava a pensar.
Como é lindo o mar.
As suas marolas até a meia-praia ele deixa chegar
Mas as traz de volta para o seu leito feito um doce lar.
Lá de cima dos rochedos eu escutava o seu versejar.
Eu cresci aprendendo a respeitar o mar.
O Homem descobriu a música ouvindo o canto do mar.
Alimentou o corpo com os frutos do mar.
Saciou a sede da sua alma com as vagas do mar.
As praias desertas são cada vez mais difíceis de encontrar.
Até as nossas pegadas na areia hoje é difícil de deixar.
O Homem está rude, sapateia, agride a areia, agride o mar.
O Mar, nas noites
Passa o tempo todo apenar
Devolvendo o lixo que o homem durante o dia, não cansa de jogar.
Cada vez que vejo o Mar fico a me emocionar.
Como pode o Homem destruir o seu próprio lar?