O LIXÃO DO HOMEM É O MAR

Sentado sobre as pedras lá no alto do costão

Eu apreciava o mar.

Era noite de lua cheia que prateava a tudo

Até aonde alcançava o meu olhar.

O mar sem o vento torna-se silencioso

E eu ficava a pensar.

Como é lindo o mar.

As suas marolas até a meia-praia ele deixa chegar

Mas as traz de volta para o seu leito feito um doce lar.

Lá de cima dos rochedos eu escutava o seu versejar.

Eu cresci aprendendo a respeitar o mar.

O Homem descobriu a música ouvindo o canto do mar.

Alimentou o corpo com os frutos do mar.

Saciou a sede da sua alma com as vagas do mar.

As praias desertas são cada vez mais difíceis de encontrar.

Até as nossas pegadas na areia hoje é difícil de deixar.

O Homem está rude, sapateia, agride a areia, agride o mar.

O Mar, nas noites

Passa o tempo todo apenar

Devolvendo o lixo que o homem durante o dia, não cansa de jogar.

Cada vez que vejo o Mar fico a me emocionar.

Como pode o Homem destruir o seu próprio lar?

Robertson
Enviado por Robertson em 14/11/2019
Reeditado em 20/12/2019
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