S O S MAR NORDESTE
O líquido pastoso e de valor
Corre mar adentro deixando o rastro
É o negro e poderoso petróleo
Anônimo, sem dono e sem porquês
O Nordeste pasmo, indaga a origem
Do petróleo que mancha seus mares
Que lambuza suas praias e escorraça turistas
Pobres manchas que nem tem culpa
Mas ela é exposta, o culpado está camuflado
A investigação não o alcança, mas desconfia
Precisam de uma lupa mais potente, acho.
E, o mar antes, esmeralda poderosa
Agora, submerso, impotente...
Expulsa sem querer seus banhistas
Seus companheiros que nele habitam
Pobre população marinha que alimenta
Que produz renda, alimentos a tanta gente.
Máquinas, técnicos do meio ambiente
Se unem para retirar do mar seu algoz
Mas as manchas insistem, passeiam displicentes
Espalhando seu negro tormento
O povo impaciente e prestativo se joga
Sem equipamentos e de mãos limpas
Tirando o que podem da margem, da praia
Cada um repete duas perguntas sem respostas
Por quê? Quem jogou esse petróleo no mar?
Os dias passam, as investigações continuam
E nenhuma resposta convincente,
As crianças repetem a pergunta
- Cadê nosso mar verde e limpo?
Como as crianças, eu entro nessa onda
Quero o mar verde cheirando maresia
Quero nele crianças banhando, fazendo folia
Praia cheia, e petróleo só na gasolina
As praias novamente cheias
Com gente de norte a sul
Suas férias desfrutando.
Eu quero, nós queremos ,queremos tanto
Tudo como antes .Vá embora logo, manchas.
VeraCalza(21.10.2019)