RIO MORTO

(Parodiando Manuel Bandeira)

Onde as águas puras do passado

Produziam vida em abundância

Contemplo agora a realidade

Do presente, degradado, poluído,

Onde escorre, na areia, o rio morto.

Rio morto, rio morto, rio morto.

Águas de paisagem cristalina

Que abasteciam os ribeirinhos!

Águas, potáveis águas,

Para bebermos jamais.

Se perderam com o rio morto.

Rio morto, rio morto, rio morto.

Rio morto, rio injustiçado

Rio violentamente, rio

Morto, sem motivo algum,

Razão nenhuma. O que foi

Ficou no passado.

Agora é apenas um rio morto

Rio morto, rio morto, rio morto.