Tarde
O que esperas neste obscuro do dia,
Pois o sol já se foi,
Os pássaros abandonaram-te,
Nem mesmo o ermo negrume te espera.
Onde está a tua beleza,
Porque as águas choram a tua realeza,
As plantas preparam para o sono noturno.
O sol dará mais um volta pela terra.
Esperas o canto triste da juriti
Sobre a árvore seca,
Um, dois, três piados te distraem.
As montanhas conversam entre si
Questionando a tua beleza.
Garças voam desesperadas para o abrigo
Pois o teu tempo é pequeno.
Breve o oculto aparecerá.
Ficarás sem a tua sombra,
Sem a tua beleza e perfeição.
Onde morrerás silenciosamente
Tal qual o coração parando a qualquer instante.
Onde está a tua beleza,
Neste mundo de riqueza.
Tarde em processo de óbito,
Que alguém te deu a beleza.