ELA, A POESIA!
ELA, A POESIA!
Ela está ali, expectante,
como a flor que floresce
no galho do arbusto,
saudando a fresca manhã;
ela espera, quer ser notada
no alvor matutino; e sem pressa,
retém a fragrância
da flor no orvalho,
que flui nas pétalas viçosas.
Ela está ali, exuberante,
como a flor cheirosa;
se deixando também florir,
para que alguém, que ela conhece,
lhe aprecie a beleza vegetal;
olha sorrindo, pra um lado,
pra outro, suspira emotiva;
parece já vê, quem procura,
e doa-se pela mudez do olhar.
Uma parte dela,
espalha-se com o vento,
pelas cercanias; a outra parte,
apraz-se com o morno
calor da manhã,
retido por entre
os galhos do arbusto;
e ela, por inteira, une-se a flor,
para serem contempladas
por quem as observa
com um olhar especial.
Ela está contente,
por está sendo vista,
como a flor, na plena manhã;
quem as vê, apreende delas,
a beleza da singeleza poética;
ela, a poesia,
existe para ser vista
em todas as coisas;
mas só os poetas a veem
e a descrevem,
como um artesão expresso
da palavra poética.
Escritor Adilson Fontoura