Sangrando Lentamente
Sangrando lentamente
Pouco a pouco embaralhando a mente
Sangrando lentamente
Confundindo o que vê
Distorcendo o que sente
A cada corte
A certeza que está viva
Mas ainda assim a deriva
Nessa imensidão seca chamada vida,
Onde se plantam prédios
Se derrubam árvores,
Uma, duas, três
Nunca é o suficiente,
Para aqueles que pregam sobre a evolução
E esquecem que o ar puro
É o combustível do pulmão
Então, sangrando...
Pouco a pouco se definhando
Já não se pode respirar sozinho
Máquinas produzem ar
Ar que deveria se produzir sozinho
Sangrando
A cada inspirar
Cortando
Machucando,
Sufocando
Remédios, soros e máscaras
O ar seco já não serve nem de consolo
Aquele pulmão machucado.
O arder das secas
Em meio às fumaça
Toda uma raça dizimada
Seus corpos cobertos de fuligem
Estirados ao chão...
Será mesmo que em um planeta inteiro
Nenhuma nação consegue intervir
E tomar a frente do situação?
Novamente, como já foi previsto
Sangrando e sangrando
E o ar sufocando
E sim, sim
Nosso destino, nosso fim está chegando
Como visto em filmes,
Lido em livros,
Jornais, revistas e tv...
Até em alertas de transmissão...
O fim do mal do mundo
O fim daqueles que
Por onde passou, só destruição deixou
O nosso fim
É o fim, pra você e pra mim
Então todos voltaremos ao pó
Que nascemos para ser
Seremos adubo e seremos casa
Para que o verde possa renascer...
Novamente, é um aviso
Um alerta
A todos que fingem não saber
Fingem não ouvir
Que o fim está por vir
Esse seu sonho de construir um novo mundo
Vai nos destruir
Pouco a pouco sangrando, machucando
Esse tum tum falhando fraquejando
Até falhar e o mundo todo parar
Tudo abaixo de nossos pés
Ruir...
Pare! Ainda que seja tarde
Pare!
Ou continue sangrando...
Pouco a pouco o pulmão falhando
O tempo não te espera
Só acelera
Sangrando lentamente
Pouco a pouco embaralhando a mente
Sangrando lentamente
Confundindo o que vê
Distorcendo o que sente
A cada corte
A certeza que está viva
Mas ainda assim a deriva
Nessa imensidão seca chamada vida,
O ar mal chega aos pulmões...
E eu... Você
Todos nós teremos que partir
Pois só soubemos destruir
E lentamente, dolorosamente
E simplesmente...
Deixaremos de existir