A MAGIA DA MONTANHA
“O secreto talismã”
Entrava-se para lá com medo,
Por aquela montanha agreste,
Só eu conhecia o segredo
De cada banalíssimo teste.
Era quase sempre ao domingo
Muito cedo, pela manhã:
Entrava-se anjo, saía-se bingo
Daquele secreto talismã.
O Monsanto, qual monte santo
De inesperadas sensações,
Era um exercício de espanto
Pra matar as limitações.
Na forma de corrida ou salto
Descendo ou subindo as ladeiras
Chegava-se cada vez mais alto
Pelo trilho das brincadeiras.
Nenhum chão fazia problema
Nem estorvava a vegetação,
Evoluir era o estratagema
Enriquecendo a condição.
Estivesse bom ou mau tempo
Havia Monsanto na mesma:
- Para atleta não há contratempo
Só vira a cara quem é lesma!
Já lá dizia o mestre Moniz,
Com uma calma muito sadia
E em metodologia feliz,
A quem sondava se treino havia:
- Há treino s´ houver terramoto?
- Aqui em terra, ninguém deixo,
Quem não correr bem, corre torto
Ora pra a frente ora pra baixo!
Era Monsanto um mistério?
Era exercício ou filosofia?
Com muito suor, tino e critério,
Ganhava o corpo em harmonia…
O que acontecia, de verdade
Em cada alvor de primavera,
Era ganhar-se à saciedade
Muito melhor atmosfera.
Eram visíveis os resultados
Co´ estas tiradas constantes:
Os atletas mais motivados
Melhoravam as performances.
Pra jovens de todas as idades
Era magia correr cada canto,
Revelando-se as qualidades
Naquela Montanha d´encanto!
Frassino Machado
In A MUSA DOS ESTÁDIOS