ARENA
Amanhece. Lentamente o sol se põe.
Os ventos fortes além das campinas
Sopram perante as aves franzinas
Que voam onde a neblina se expõe.
As nuvens desabam a água que corre
Sobre o solo infértil de tantas agonias...
O tempo tapeia as horas de alvenarias
Evocando do sabor da cachaça, o porre.
Brisas alucinógenas serpenteiam no ar
O orvalho sinistro das canções que há
Nos campos onde a luz do dia bronzeia...
Sonora é a sensibilidade que tem no eco
A transparência do sensual mais esperto
E, diante da vida, uma espuma de areia!
DE Ivan de Oliveira Melo