DOURA O SOL

DOURA O SOL

Doura o sol

o verde das plantas,

enquanto delas

pinga o orvalho;

o vento sussurra

por entre as árvores,

e o pássaro canta

saudando a manhã.

A poesia, oculta na toca

de algum bicho,

cansa-se da noite

e renova-se com o dia;

e o poema se mostra,

esboçando a sintaxe

dos versos, em longos

bocejos amanhecidos.

O ar fresco espalha

o cheiro das plantas,

mesclando-se com a alegria

da manhã ensolarada;

lindo é ver a atividade

habitual das formigas,

trazendo o alimento vegetal

para dentro do formigueiro.

O poeta se entretém,

ante a paz emanada da manhã;

que a recebe contente,

sabendo que a luz divina

lhe doa vida, amor,

inspiração para exercer a arte

natural, em versos tão simples

e habituais, como a passagem

lenta do dia, até que finde,

para que a noite ocupe,

de modo momentâneo,

o seu usual lugar.

Adilson Fontoura
Enviado por Adilson Fontoura em 10/08/2019
Reeditado em 11/08/2019
Código do texto: T6717202
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