Eterno Retorno (Andorinha-azul)
Já era rotina observar aquele bando
Surgiam sempre no final da tarde
E desenhavam o céu num voo brando
Uma verdadeira arte.
Destacavam-se pelas penas vibrantes
Uma mescla curiosa de preta e azul
Diferente de tudo que já vi, eram tons marcantes
Perguntava-me o que faziam viajando para os sul?
Reuniam-se no céu em centenas, milhares...
Perdia-me no tempo ao vê-las planar
Num súbito retornavam para as árvores
Para em seus dormitórios repousar.
Mas por motivos de intolerância
Deixaram de aparecer
Tal é a ignorância
De quem não valoriza nem seu próprio ser.
Certo dia foram embora
E até hoje não se sabe onde estão
Encontrá-las faz parte do desafio de agora
Uma tarefa do cientista e do cidadão.