Eterno Retorno (Andorinha-azul)

Já era rotina observar aquele bando

Surgiam sempre no final da tarde

E desenhavam o céu num voo brando

Uma verdadeira arte.

Destacavam-se pelas penas vibrantes

Uma mescla curiosa de preta e azul

Diferente de tudo que já vi, eram tons marcantes

Perguntava-me o que faziam viajando para os sul?

Reuniam-se no céu em centenas, milhares...

Perdia-me no tempo ao vê-las planar

Num súbito retornavam para as árvores

Para em seus dormitórios repousar.

Mas por motivos de intolerância

Deixaram de aparecer

Tal é a ignorância

De quem não valoriza nem seu próprio ser.

Certo dia foram embora

E até hoje não se sabe onde estão

Encontrá-las faz parte do desafio de agora

Uma tarefa do cientista e do cidadão.

Giulianna Loffredo
Enviado por Giulianna Loffredo em 31/07/2019
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