Greve da natureza
A natureza entrou em greve
Nenhuma semente para semear
Nenhum sol para iluminar
Nenhum gado para alimentar
Na cegueira o homem se fechou
Se esqueceu do real valor
Do cuidado ao bem natural
Do respeito a vosso ancestral
Da matança fez o luxo
O luxo tornou-se lixo
Agora o homem engole
Engole, o próprio abismo
A natureza entrou em greve
Nenhum marfim para roubar
Nenhum fruto para alimentar
Nenhuma abelha para polinizar
Na cegueira o homem se perdeu
Se derreteu no esquecimento irracional
Semeando o poder do status
No contexto social
Mas status não alimenta
E a ignorância não semeia
Sem abelha não há frutos
E sem frutos não há comida
Tudo provém da natureza
A morte, a vida, a proeza
O sol, a lua e as estações
A fertilidade, os cosmos e os corações
Não existe partido, não existe status
Não existe dinheiro, não existe salário
No agir da natureza tudo é sábio
Tudo é harmônico e ágil
Mas o homem não compreende
E virá sentir na greve
Que nenhuma vida floresce
Sem o cuidar consciente