MEU PEDAÇO DE CHÃO
Sigo com o carro serpenteando a montanha,
Através da estrada que, languidamente, se espreguiça em direção ao alto.
Lá de cima, paro, olhando, embevecido,
Para os vales tomados de florestas,
A água brotando das encostas,
E formando córregos e riachos que se perdem no verde.
É a terra fecundada pela natureza, esbanjando viço e cores.
É tudo o que quero:
Meu pedaço de chão, coberto de árvores frondosas,
Produzindo frutos e flores,
Encantando os olhos e deslumbrando a alma.
É num lugar assim que quero ver o sol se por,
A lua chegando com seu séquito astral,
Com seu manto aveludado cravejado de estrelas.
Quero sentir a noite passar,
E eu, como espectador emocionado,
Ver os primeiros raios de luz afastando as sombras,
Enquanto o rei sol surge majestoso
Dourando o verde das florestas.
Quero sentir os primeiros pingos de chuva,
Penetrando a terra seca
E levantando o cheiro de terra molhada,
Perfume único e impossível de recriar.
E lá, no meu pedaço de chão,
Quero sentir a paz que só o homem da terra sente;
Quero viver a liberdade, precioso dom da natureza;
Quero vibrar com o êxtase da criação,
E me encontrar com Deus,
O autor de toda essa magia.
Pedro Lodi