MEU PEDAÇO DE CHÃO

Sigo com o carro serpenteando a montanha,

Através da estrada que, languidamente, se espreguiça em direção ao alto.

Lá de cima, paro, olhando, embevecido,

Para os vales tomados de florestas,

A água brotando das encostas,

E formando córregos e riachos que se perdem no verde.

É a terra fecundada pela natureza, esbanjando viço e cores.

É tudo o que quero:

Meu pedaço de chão, coberto de árvores frondosas,

Produzindo frutos e flores,

Encantando os olhos e deslumbrando a alma.

É num lugar assim que quero ver o sol se por,

A lua chegando com seu séquito astral,

Com seu manto aveludado cravejado de estrelas.

Quero sentir a noite passar,

E eu, como espectador emocionado,

Ver os primeiros raios de luz afastando as sombras,

Enquanto o rei sol surge majestoso

Dourando o verde das florestas.

Quero sentir os primeiros pingos de chuva,

Penetrando a terra seca

E levantando o cheiro de terra molhada,

Perfume único e impossível de recriar.

E lá, no meu pedaço de chão,

Quero sentir a paz que só o homem da terra sente;

Quero viver a liberdade, precioso dom da natureza;

Quero vibrar com o êxtase da criação,

E me encontrar com Deus,

O autor de toda essa magia.

Pedro Lodi

Pedro Lodi
Enviado por Pedro Lodi em 26/05/2019
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