A BICA
A BICA
A BICA do Pedro Couto.
Que na prosa me deixou até meio rouco.
Para explicar suas nuances...
Sobre tudo o que acontecia dantes.
Naqueles tempos de molecagem.
Que hoje desperta em nós tanta saudade.
Dos tempos idos de nossa cidade
Ali pras bandas dos Espíndolas é que ficava a BICA Santa!
Que curava as dores do corpo.
Junto com as benzeduras do Pedro Couto.
O caboclo com doença anunciada era aconselhado a ir na bica.
Dar um descarrego no mau-olhado.
E não é que funcionava!
Saia dali curado!
Ali perto tinha uma várzea.
Onde a gurizada se divertia com a ‘capotão'.
Era pura folia e algazarra.
De onde vinham as primeiras gotas de suor.
Isso não era problema!
Por que tinha a BICA de água fria e cristalina.
Que molhava o corpo e o calção daqueles meninos brincalhões.
Era outra fase da brincadeira...
Aquela bica que parecia uma cachoeira!
O melhor de tudo...
Não é uma bica só de outrora.
É uma bica de agora.
Ela ainda é latente.
Ela está ali tão viva e presente.
Parecendo que as folias viraram sementes.
Foi plantado um manancial.
A flora se faz robusta na redondeza.
Parece que dá resposta aos nossos anseios.
Cresceu um riacho cheio!
Apesar dos dias mais que centenários.
Ali resiste, como bica, na companhia de uma mina.
Que juntos se abraçam.
Pra manter a esperança de águas maiores.
De alimento para os rios da redondeza.
Especialmente o panduí.
Que era encorpado em nosso tempo de guri.
E hoje parece um ser desnutrido.
A BICA agora é esperança!
Por isso não é mais lembrança.
É vida pra outras gerações.
É a abrangência de novas emoções.
Porque é o endereço urbano das águas.
Porque é a ótica de nossa visão.
Porque é vida pra região.
É amor em nosso coração!
Ass. Hélio Machado.