Ondas do Céu

Era manhã de setembro, o sol raiava majestoso organizando a chegada da primavera

A brisa calma soprava levemente um calor aconchegante

Começei animadamente a caminhar entre as diferentes paisagens

Ora campo limpo com algumas pequenas árvores tortuosas

Ora campo fechado me desvencilhando da brutalidade da natureza do cerrado.

Ora atravessando ambiente lótico ora ambiente lêntico

E na calmaria das águas entreguei meu coração

Ali naquela paz e harmônia a vida fazia sentindo

O dia ia caminhando para tarde como um bater de asas

E o céu azul sem nuvens se revoltou

Trazendo a tona ondas pesadas de nuvens raivosas

Que agitavam o céu engolindo os raios dourados do sol

A brisa logo se foi e tudo ficou quieto, silencioso.

Como se o tempo parasse por um instante

Um raio atravessou o céu revolto tecendo uma veia magnífica

Levando do céu a Terra toda energia num espetáculo assustador.

O silêncio foi interrompido por um ruído tão forte como se todas

as montanhas se partissem ao meio ao mesmo tempo.

E em uma fúria enlouquecedora tudo virou tormenta.

A sinfonia de trovões dava ao espetáculo da natureza uma singularidade inigualável

O vento num ritmo coordenado fazia dançar o capim dourado como algas no fundo do mar

E cortando o céu nervoso desciam rapidamente inúmeras gotas enraivencidas

Sobre minha pele se desmanchavam fortemente deixando marcado a violência de sua chegada

A água descia lavando minha alma e matando a sede da terra.

Tereza Batista
Enviado por Tereza Batista em 10/04/2019
Código do texto: T6620190
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