Cachoeira

Todos os dias na minha janela

Num galho do pé de cajá

Um bem-te-vi solitário

Cantando, vem me saudar

Como se dissesse ''bom dia''

Ele fica a cantar

Bem-te-vi, bem-te-vi, e passo a acreditar

Que o bem me viu, o bem me viu, e comigo sempre estará

Ele, às vezes reclama

Quando água vem beber

Da presença de outros bichos

Canta forte pra valer

Sei que quer a minha presença

Para lhe proteger

Garantir-lhe segurança

Pra ele poder descer

Sempre está sozinho, nunca traz a sua amada

Já coloquei até um ninho, numa caixa de luz desativada

Para trazê-lo pra bem perto de mim

Junto com sua ninhada

Ainda vou descobrir por que faz tanto segredo

Ou será que está sozinho?

Sem ter um amor, um ninho

Enfim, esse é o meu medo

Dina Paraguassú
Enviado por Dina Paraguassú em 31/03/2019
Reeditado em 02/10/2021
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