Cachoeira
Todos os dias na minha janela
Num galho do pé de cajá
Um bem-te-vi solitário
Cantando, vem me saudar
Como se dissesse ''bom dia''
Ele fica a cantar
Bem-te-vi, bem-te-vi, e passo a acreditar
Que o bem me viu, o bem me viu, e comigo sempre estará
Ele, às vezes reclama
Quando água vem beber
Da presença de outros bichos
Canta forte pra valer
Sei que quer a minha presença
Para lhe proteger
Garantir-lhe segurança
Pra ele poder descer
Sempre está sozinho, nunca traz a sua amada
Já coloquei até um ninho, numa caixa de luz desativada
Para trazê-lo pra bem perto de mim
Junto com sua ninhada
Ainda vou descobrir por que faz tanto segredo
Ou será que está sozinho?
Sem ter um amor, um ninho
Enfim, esse é o meu medo