106 - MEMÓRIAS DE CHUVA E INFÂNCIA

Memórias de Chuva e Infância

Um amanhecer de céu nublado,

Chuvas intensas, frias, tão fortes,

Causa em mim um estado agoniado,

Trovões e relâmpagos, cortam os ares,

O medo me toma, me deixa abalado,

Lembranças da infância, em pensamentos se tornam artes.

Criança no lamaçal, eu estaria,

A estrada carroçal, rios pareciam,

Barquinhos de papel, na correnteza se perdiam,

Sem medos, sorrindo, alegria sentia,

Brincando com crianças, a felicidade fluía,

No povoado pobre, a riqueza em mim vivia.

Trovões, perfeições da natureza,

Parece que o céu vai se abrir,

Relâmpagos brilhantes, uma beleza,

Clareiam a noite, fazem a alma refletir,

Clamo: Ai, Jesus! Que é essa frieza?

Que pecado cometi para assim me sentir?

Mas chuvas são bênçãos precisas,

Sem elas, nada sobreviveria,

Pessoas, plantas, vidas indefesas,

Tudo morreria sob o sol que ardia,

É a lei da compensação, forças divinas,

Nem só sol, nem só chuva, a vida se guia.

De todos os fenômenos, os trovões,

E as trovoadas que a alma estremece,

São lembranças profundas, lições,

Que a natureza nos dá e enobrece,

Trazendo reflexões, emoções,

Sobre a vida e tudo o que nos aquece.

Neide Rodrigues, 13/03/2019 às 10:23 hs

Reedição, 09/07/2024.

Neide Rodrigues Potiguar
Enviado por Neide Rodrigues Potiguar em 13/03/2019
Reeditado em 09/07/2024
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