O RELÓGIO E O TEMPO
O relógio de parede anunciou seu poder
Meia noite na penumbra da sala
E lá fora até o vento se cala
Uma só folha não consegue se mover
Um vulto no corredor se aproxima
Um chapéu sua face quase encobre
Parece um ser de aparência nobre
Nas doze badaladas olha prá cima
Parece algum espírito invocar
Não deve temer nada no mundo
Em meio ao silêncio profundo
Queria alguma coisa provocar
Assim como chegou ele sumiu
Só o tic tac do relógio no ar
Um grande silêncio de assustar
Em meio a noite algo brandiu
Através da janela um clarão
No relógio o tempo interveio
Atingiu o pêndulo em cheio
Contra ele ninguém pode não
Para o tempo o poder é seu
O relógio só o representa
Parado não mais se alimenta
Lá fora o silêncio permaneceu