O RELÓGIO E O TEMPO

O relógio de parede anunciou seu poder

Meia noite na penumbra da sala

E lá fora até o vento se cala

Uma só folha não consegue se mover

Um vulto no corredor se aproxima

Um chapéu sua face quase encobre

Parece um ser de aparência nobre

Nas doze badaladas olha prá cima

Parece algum espírito invocar

Não deve temer nada no mundo

Em meio ao silêncio profundo

Queria alguma coisa provocar

Assim como chegou ele sumiu

Só o tic tac do relógio no ar

Um grande silêncio de assustar

Em meio a noite algo brandiu

Através da janela um clarão

No relógio o tempo interveio

Atingiu o pêndulo em cheio

Contra ele ninguém pode não

Para o tempo o poder é seu

O relógio só o representa

Parado não mais se alimenta

Lá fora o silêncio permaneceu

Moacir Rodrigues
Enviado por Moacir Rodrigues em 21/02/2019
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