PLANTINHA DA VIDA
A plantinha que dá vida
Nasceu lá no meu quintal
Fiquei tão alucinado
Que me senti animal.
Ramadas invadiam a cerca
Numa verdor sem igual
Era uma vista sublime
Nas estacas do quintal.
De longe parecia pintura
De perto uma montanha
Coisa da mãe natureza
Uma obra ornamental.
Aproximei-me da proeza
Para ver a real beleza
E vi que na ponta do ramo
Tinha lá uma surpresa.
Estirei o braço trêmulo
E minha mão alcançou
A raiz que muitos sonham
Aquela que Eva pecou.
Macia como esponja
Bonita como a paixão
Gostosa como o pensar
Desejosa como o amor.
Era a fruta proibida
Outra que Eva não comeu
Ela comeu a irmã dela
Essa outra ela me deu.
O sabor era tão ardente
Que me fez reanimar
E coisas que estavam mortas
Consegui ressuscitar.
Ai que alimento bom
Essa raiz que ressuscita
Que fez a Eva desobedecer
E eu pecar nesta vida.