DILÚVIO
No seio da floresta o vento assobia
E tenebrosa tempestade desaba...
Balouçam os galhos tépidos em agonia
E, pelo uivo dos lobos, fenece a mata.
Riscam os céus relâmpagos atrevidos,
Animais em polvorosa buscam refúgio
Nas fendas onde gritos são os gemidos
Que cantam sobre as notas do prelúdio.
Ressoam os austeros trovões cósmicos
Que assustam de medo todos os trópicos
Já cansados pela água que inunda os vales...
E a chuva castiga o solo arenoso e tíbio...
No frio se congelam as vozes do fascínio
Dos indivíduos acovardados em seus xales!
DE Ivan de Oliveira Melo