NATUREZA PURA

O navio que trota sobre as águas

Balouça sobre as ondas e, aqui e acolá,

Trepida em certo momento e se lança a ermo

Diante dos torvelinhos que assaltam a coragem

Deixando trépidos os olhos, marejados de medo.

Valsar dentre as vagas revoltas de um oceano

É dialogar com uma imensidão sem fim, infinita...

O sal é arremessado perante o paladar que o prova

E o retém submisso e acovardado . Eis o pânico!

As gaivotas se entrincheiram em revoadas nervosas

Esboçando sorrisos pelos traumas das embarcações

Que se perdem em ilhas sem nome e desconhecidas.

Dantescas tempestades se acrisolam sobre os mastros

Enquanto uma chuva torrencial varre o horizonte...

Relâmpagos traçam entre as nuvens riscos audaciosos

E despejam contundente energia sobre a terra órfã,

Cansada e sonolenta... Eis a prosopopeia do tempo!

Assim, os raios flamejantes ressuscitam teares vulcânicos...

DE Ivan de Oliveira Melo

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 12/01/2019
Código do texto: T6548880
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