VENTANIA

Eis que surge de repente, vem fazendo estrepulias.

Às folhas secas alforria,

Despindo os galhos, espalhando-as

à riveria.

As portas e as janelas prenunciam o vendaval.

Sem demora, gritos, correrias,

a socorrer os estendidos lençois, os leves utensílios de metal.

As roupas do varal fazem acrobacias, iminentes fugas pelo ar.

Ventos travessos, moça assustada,

saias até a cintura arribadas.

Desguarnecida, com os braços estendidos e as mãos ocupadas.

Poeiras são exaltadas, árvores contorcidas, outras, derrubadas.

Pássaros em alvoroço, fazem debandada.

Nos seu descomunal movimento, as

travessuras e algazarras,

Se expressam nos grandes tormentos,

O abalo do firmamento.

Seria o fim dos tempos?

Expressão da força da natureza?

Submete o homem à sua grandeza!