DE UMA SIMPLES BORBOLETA
DE UMA SIMPLES BORBOLETA
Às vezes,
o poema surge
de uma simples
borboleta,
voejando por entre
a réstia do sol
matutino,
despertando
a alma poética
para descrever
o precioso instante
da vida esvoaçante,
sendo levada
pela leveza
do vento, para que
pouse nas pétalas
de alguma flor,
que perfuma
os ares
frescos da manhã.
Para o poeta,
que não desperdiça
cada momento
do fluxo inspirador,
terá que se valer
da prosa ditada
pela borboleta,
pelo vento e pela
flor, que se revelam
numa harmonia
natural de elementos
multicolores,
para que o artesão
das palavras,
pinte sobre a tela
invisível,
a beleza poética
dos versos livres.
Assim, não há como
resistir a riqueza
diversa de motivos
naturais, capazes
de fazer o artista
escrever, pintar,
esculpir a sua arte
imaginativa.
No caso do poeta,
a tela está sempre
pronta pra ser
preenchida por sonhos
artísticos ativos,
que se formaram
durante o sono
do corpo físico, cuja
alma desdobrada
cada vez que o corpo
desperta, ela acha
motivos interiores
e exteriores
instantâneos
para que, da tela
de sua imaginação
criadora,
se materialize
a peculiaridade
artesanal do seu
fazer poético.
Como a alma está
sempre ativa,
seja no sono, no sonho
ou na vigília,
imagens oníricas
ou não, não lhe faltam,
para que a linguagem
poética faça-se
presente a cada simples
instante de sua
contemplação,
pela visão da cena
no palco natural,
no qual se apresentam
para este poema,
em prosa teatral
espontânea:
a borboleta,
o vento,
a flor.
Escritor Adilson Fontoura