VENTANIAS
As ventanias aplainam e varrem as terras
Com céleres rajadas ao passar
Lá nas matas as árvores se agitam
Gemendo e clamando ao balançar.
Nos campos as ramagens se assustam
Despertando de um sono sonhador
Suas folhas se empunhando uma as outras
Num estado tenso de medo e pavor.
Nas cavas os insetos se protegem
Daqueles ventos que sopram sem parar
Lá dentro eles respiram aliviados
Pois seus radares os avisam ao terminar.
Nas pastagens os animais se agasalham
Acastelam-se com firmeza e fervor
Enfrentam-se unidos as forças da natureza
E quando cessam se acasalam e fazem amor.
Os homens em suas casas se arrepiam
Ao sentir fúria naquele ventar assustador
Tentam salvar suas pérolas mais queridas
Sua família e todo o bem que conquistou.