QUEM DERA FÔSSEMOS ASTROS!
Hoje, a lua resolveu esperar a chegada do sol.
O cenário do céu era deslumbrante!
Meus olhos e minha alma imergiram totalmente
Naquele palco de beleza e de ternura!
A lua escolhera um pedaço de céu azul límpido e claro
E nele se exibia toda linda e altaneira!
O sol, no meio de seus tons afogueados,
Chegava bem devagar, incendiando o horizonte!
Quanta delicadeza, para não empanar a beleza da lua cheia,
Que também, bem devagar, ia descendo...
Naquele quadro celestial,
Naquela tela pintada a "quatro mãos",
Vi o que está faltando cá em baixo, entre os homens:
A sensibilidade, a fraternidade, a solidariedade...
Lá em cima, enquanto os astros se entrosam e se completam na diversidade de sua missão,
Cá na terra, os homens se digladiam pelo poder!
Ao invés da sensibilidade que enobrece,
Há a frieza que traz sofrimento...
Ao invés da fraternidade que irmana,
Há o egoísmo que separa e faz sofrer...
Ao invés da solidariedade que ameniza as dores,
Há a ganância que não poupa nem mesmo os mais necessitados!...
Quem dera fôssemos astros que nos completássemos!
A beleza do céu que vejo agora,
Reinaria e envolveria totalmente nosso mundo
E dos nossos lábios e corações se elevaria
Uma eterna canção de louvor ao Criador!