O Vento
Não adianta por placa, para as flores não colher.
O vento as desfolha todas, pois ele não sabe ler.
O jardim todo estremece ao ver o vento a soprar
Ele chega impetuoso, nada o consegue parar.
As margaridas se juntam uma à outra a balançar
As rosas em suas hastes começam a tremular
E o lírio fecha seu cálice ao ver o vento chegar
Só a bela bromélia com suas flores em camadas
Encara o vento de frente, e não lhe acontece nada.
O vento chega soprando, leva o que está à frente.
Seu zumbido ensurdecedor assusta até a gente
Passa por sobre as árvores assovia no telhado
Espalha as folhas do chão, deixa tudo alaranjado.
Passa pelos quintais, ajuda a roupa a secar.
Depois o vento se afasta, vai a caminho do mar.
Barcos soltam suas velas e começam a navegar
Agita as águas e joga as ondas num vai e vem
Às vezes o vento assusta outras, ele faz bem.