CHUVAS TROPICAIS
REPUBLICAÇÃO
Não há de haver coisa mais linda
Que a beleza das chuvas tropicais
Esta torrente de águas alvas, infinda
Bailando nas asas do vento, nos beirais
Se eu pudesse beber todas suas gotas
Que rolam dos seus telhados celestiais
Quem sabe não teria a alma menos rota
Livre e adornada de inocências e pardais
O senhor do céu fala comigo pelas águas
Ao lavar meus pecados e meus borrões
Que belo presente, que dádiva me dais!
Assim sigo andando na chuva, ensopado
Um ser recém-saído do útero da vida
Voltando mais leve dos velhos umbrais!