Flamboyant
A ti flamboyant que vem me tentando
Com as suas folhas de outono flertando
Fazendo música nestes dias de meio frio
Na cidadela das estações criando cenário.
Volto a revogar o silêncio das inspirações
Fico nas asas do vento puro sem predileções
Nem de abraços clamo nos cantos dos teus galhos
Ou afagos e agrados na copa dos verdes atalhos.
Olho tua alma vibrante no parque da madrugada
No teu tronco o repouso e guarida na invernada
Nas noites de sereno que soletram vozes milenares
Vem os teus desejos algozes das minhas letras lunares.
Sonho com folhas e aroma da madeira no prefácio
Nos contornos do acaso selamos juras do palácio
Na sombra da tua copa com o sol quase chegando
A nossa trilha dos dias de outono queimando.
E então flamboyant ainda com este ar de outono
Esperando o rápido inverno revelar que apaixono
Como neve derreto-me nos teus galhos majestade
Não revogo o pedido de amor na estação da vontade.
No final da temporada vou te ver ,florir em eterna jornada...