A lua me aguardava em casa
Parei na mais alta pedra que encontrei
para apreciar os homens
Para apreciar o reino
E dei de cara com o rei
Meus olhos baixaram pro chão
Nossos corações e dos cachorros pararam e voltaram a um milhão
Foi um dia incomum
Existia um trator abrindo caminho para o rio virar o mar
E não destruir as casas que os humanos decidiram levantar
Ter casa no cais
Ter um caso com o caos
Bater de frente com o reino animal
Agora onde a água salgada se lapidará?
Até adocicar
Até amenizar
Onde agora se acalmará?
Os homens nas pranchas esperavam ondas
Mas só vinham golfinhos
Quem falou demais foram os estranhos
Do caminho
O amor que sinto estavas ventando e bagunçando
Tudo que há
As gaivotas queriam comer apenas peixes grandes
Talvez confunda os homens
Eram 500 voos para lá e para cá
Diziam que era inverno
Mas o sol estava a esquentar
A cabeça dos que morrem de fome
De tédio
De alguma outra coisa qualquer
A água que chegava e partia era tão gelada que partia meu coração
Mas meus pés desejam ali se banhar
E lá de cima da colina
Sentei na poltrona do rei
Me curvei e mostrei que queria apenas
com os olhos da águia enxergar
Até o inverno passar