A noite chegou
A noite chegou, descendo sonhos do céu nos cacos da lua rosa. O louco carnaval do dia mergulhou neles e desapareceu em um espaço infinito. Sento-me com as estrelas no telhado, ouvindo o sussurro do vento mágico. O mundo estava inchado sobre as janelas com a imagem de um leito de plumas cósmico dourado. O fogo das galáxias extintas queimou minha mão desesperadamente. Corando na palma da mão, um traço brilhante refletiu a tristeza de cem mil anos. Sonhando com um suspiro em silêncio, eu estava preso debaixo do abismo, bem no limite. As bordas do coração refletiam milhões de lampejos e sofrimentos. O tempo é um produto da pseudociência, o círculo eterno brilhava sobre mim. Eu abraçava a tenra bola azul, ela, como eu, é ativa e não velha. A Via Láctea coquete, brincando, me envolveu com sua juba ardente, afogando-me num descuido astral e numa sonolenta espiral.