AS LÁGRIMAS
As lágrimas rolam em silêncio,
Nas pegadas de nosso jardim
São vidas que gritam em dores.
Mãe natureza a soluçar em cinzas
E no verde contaminado as mortes.
E nos horizontes vermelhos da
Imensidão, geme o negro rugido
Da dor, no zunir dos ventos quentes.
As aflições castigam e beijam o céu
De tormentos, no sofrer da colmeia.
As lavaredas sanguinárias rasgam
As almas feridas das inópias e
O sol queima, em nuvens de poeira.
Penumbras sombras de agonias,
De tenebrosas máquinas assassinas.
O homem sofrido preto entristecido,
Amarrado nas cavernas e abraçado
Com a enxada cega e enferrujada.
E as lágrimas ardem em lamentos
Nas feridas malditas do novo tempo.
E nos beijos das borboletas gritos,
Na morte cruel das folhagens e
Em vermelhas águas do cerrado.