Jardim quintal

Começa uma manha chuvosa

Cai a luz da manha no jardim

Ouço o som das gotas no telhado

Cai as gotas sobre as folhas, ruído

Escorre água pela ladeira lamosa

No fundo do vale de um velho rio manso

Cantarola feliz sua canção da cheia

As folhas estremecem suavemente

Entre elas assoma um sapo

Gordo e verruguento, pula e some no mato

O tempo foi desapiedoso com o jardim

Secou gramas, rosas e arbustos

O vento forte despetalou as flores

Despetalou o cenário de grandes amores

Um cenário, cuidado, estremecido assim

A chuva diminui, as paredes molhadas

Por entre plantas, a água transborda em poças

Água que o solo lambe como água da fonte

Transborda pelos lábios de pedras

Escorrendo ao rio que a bebe com avidez

A chuva para de cair, as folhas cheias de gotas

As margens do rio grandes mosaicos

Areia, folhas, galhos e lama, autor temporal

Há charcos úmidos entre a grama

O céu cinzento e pegadas na lama, depois do temporal.

Mikael Mansur Martinelli
Enviado por Mikael Mansur Martinelli em 23/05/2018
Reeditado em 01/08/2018
Código do texto: T6344254
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