ALMA MANSA
ALMA MANSA
Minha alma agora
e mansa como o rio,
a correr sem pressa
por entre o vale;
a reter restos de nuvens
do ocaso de estio;
por sobre o capim
fresco, exalando ainda
o odor do gado.
Minha alma e mansa,
porque retira
da paz campesina,
o vento suave
que passa e me deixa
a energia do sossego;
por isso, o amor
que sinto pela
natureza me fascina,
e so de contemplar
o rio, me vejo voando
por sobre suas aguas
mansas. Flui de mim,
esse rio manso, a correr
em versos espirituais,
que nao ficam retidos
nos flocos de nuvens
rasteiras sobre
o vale anoitecido.
Mas se expandem
com o vento brando,
envolto pelo perfume
agreste das flores,
e se dispersam
na leveza dos ares
noturnos. E se o sol,
no alvor da manha,
mesmo ainda morno,
ja dilui as goticulas
frias do orvalho,
a minha alma mansa
se banha da seiva
que flui das flores
amanhecidas, e depois,
gozando da paz
campestre, contempla
o rio, a correr manso
por entre o vale,
cuja nevoa, branca qual
neve, vai-se diluindo
pelo sol, a clarear
o espelho d'agua
do rio amanhecido.
Escritor Adilson Fontoura
Adendo: alguns acentos
nao estao postos, porque
duas teclas estao defeituosas.