Metamorfose
Ela era um casulo
Alma presa, fechada.
Em seu sono profundo,
sonhava ter asas.
Ser livre da clausura
que a aprisionava.
Não via a vida passar
da natureza não conhecia a cor.
Em sua prisão,
descanso quase eterno,
só havia escuridão.
E preso por um fio de seda,
seu sonho ganhou
força quando a luz
abriu-lhe a visão
entre as frestas do tempo.
E como num passe de mágica,
rompeu o casulo e despertou
Ganhou asas leves
e voou para ser flor.
O sonho de ser primavera
foi mais forte que a monotonia
de ser simplesmente,
um casulo.
Paula Belmino