Bem-te-vi...

Voltou a cantar no galho da pitangueira

Parece que me viu e agradece, faceiro

Pela água que molha suas asas ligeiras

Limpa seu bico e garganta, e no poleiro

Se exibe livre, chamando outros, convite

Que mais à tardinha vão aceitar, e virão

Bom de ouvir esse canto e nesse grafite

Pintar com letras pássaros que passarão

E bordarão meus poemas, cores e cantos

Suaves melodias ao ar vão esparramando

Enquanto tarde cai, na cidade, no Recanto

Asas inquietas aos poucos vão pousando.