OUTONO
Quando o sol,
- o Astro-Rei -,
no arrebol,
dita a lei,
em seu trono,
com brandura,
no abandono
da Natura,
anuncia:
- Eis que o outono
principia!...
Ao poente,
há no ar
diferente
exalar,
sensação
de queimada,
estação
renovada!...
Quase triste
emoção
não sentiste?
Arvoredos
encopados,
ora dedos
desnudados,
tão esguios,
tão cinzentos,
lembram frios
esqueletos
que se agitam,
- e arrepios
nos suscitam!...
Sob um céu
nevoento,
vai, ao léu,
frio, o vento!...
Leva, soltas,
folhas mortas,
por revoltas
linhas tortas!...
Aquecidas,
são envoltas
nossas vidas!...
Quando o sol
cai à tarde,
no arrebol
já não arde!...
Mas a chama
do viver
mais se inflama
em teu ser!...
E o outono
de quem ama
faz-se dono!...
Cláudio Luiz Sá Brito Machado
Em 01 de abril de 2014