AS LÁGRIMAS DAS FLORES

As árvores da vida enforcadas

Pelos correntões, na dor da

Marcha de irmãos inocentes

E no sol vermelho anuncia

Tempestades de maldades.

Vejo as flores, entre caieiras,

Quentes e mortas, em

Lágrimas beija a mãe natureza

Preto-cinza e rolam no silêncio

De cores vivas do cerrado.

Os grãos que nascem da terra

No plantar de nova paisagem,

Infectados servem ao homem,

Em fogo que arde na trempe

De angústias a mais sofrer.

A foice, o machado, a enxada,

Nos baixões abraçados à morte,

Pobres vidas sugam o néctar

Letal das flores envenenadas

E nas fontes as águas secam.

Na estrada, o gemido das flores,

Em trilhas humanas de pesares,

No apiário de lágrimas e gritos,

A ignorância brinda o progresso

E o preto lamenta suas feridas.

E as lágrimas das flores

Correm ácidas e doentes

Nas cicatrizes dos viveres,

Em cemitérios de almas nuas,

No purgatório céu do cerrado.

Edivaldo Lima BOY
Enviado por Edivaldo Lima BOY em 12/04/2018
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