Estado selvagem
Quando a felicidade não cabe mais em ti, você quer ampliá-la
E libera suas veias para que a poesia tome conta do seu corpo
E as palavras entrem e saiam do seu coração
Do seu cérebro
E assim alongar a parte física
onde perceber que congestionou não lesione-se
Vire-se ao avesso
Veja-se por dentro
Em estado selvagem o surfista orgulha-se não do equilíbrio na onda
Mas porque tornou-se mar
Tornei-me árvore
Você pedra
Alcanço uma visão mais ampla, com outras cores
Meus cabelos viram grãos de areia e se despenteia com os ventos
Quantas vidas ressurgem daqui?
Quantas almas são lavadas?
Meus beijos solares se preenchem com palavras
Caminhando só, cantei feliz
Caminhando só, encontrei-a correndo
Na outra margem a caminhada foi dupla, com abraços na cintura
Uma confissão que não será lembrada
Um abraço apertado como a emoção
Os cheiros
Os meios
O alimento
A água
Sem entrar na rua errada
O caminho cheio de empolgação e introspecção
Você lerá a natureza sem precisar ter um dicionário nas mãos.