Estado selvagem

Quando a felicidade não cabe mais em ti, você quer ampliá-la

E libera suas veias para que a poesia tome conta do seu corpo

E as palavras entrem e saiam do seu coração

Do seu cérebro

E assim alongar a parte física

onde perceber que congestionou não lesione-se

Vire-se ao avesso

Veja-se por dentro

Em estado selvagem o surfista orgulha-se não do equilíbrio na onda

Mas porque tornou-se mar

Tornei-me árvore

Você pedra

Alcanço uma visão mais ampla, com outras cores

Meus cabelos viram grãos de areia e se despenteia com os ventos

Quantas vidas ressurgem daqui?

Quantas almas são lavadas?

Meus beijos solares se preenchem com palavras

Caminhando só, cantei feliz

Caminhando só, encontrei-a correndo

Na outra margem a caminhada foi dupla, com abraços na cintura

Uma confissão que não será lembrada

Um abraço apertado como a emoção

Os cheiros

Os meios

O alimento

A água

Sem entrar na rua errada

O caminho cheio de empolgação e introspecção

Você lerá a natureza sem precisar ter um dicionário nas mãos.

Adriane Neves
Enviado por Adriane Neves em 26/03/2018
Reeditado em 24/08/2018
Código do texto: T6290834
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