No fim de tudo, tudo faz sentido
Parece que eu vou morrer
Estou sentindo saudade do que vou deixar
Dos sonhos que não pude realizar
Dos planos que não fiz acontecer
Esse gosto amargo que tenho que engolir
É tão difícil de se compreender
Tudo parece se afastar e fugir
Eu não sei como me despedir.
Tenho medo até de rezar
Minha mente viaja para o longe
Mesmo olhando para frente perco o horizonte
Já não sei o que pensar
Será que eu pude deixar o meu amor
Sem visita ou sem perdão?
Obteria a felicidade, Senhor?
Seria Teu então?
E cada passo meu nem anda pra frente mais
E cada sorriso nem satisfaz mas
O meu peito aperta
Eu não sei pra onde olhar
No interior eu grito: "socorro"!
Quem compreenderia essa solidão?
O choro entalado me impede de respirar
O sorriso forçado não me permite demonstrar
O estranho aqui dentr que insiste se chamar de "eu".
O frio me chama
Mas compreende o meu: "por enquanto não".
Dentro de tudo existe uma razão para viver
Em toda solidão existe um coração para bater
No fim de tudo
Tudo faz sentido
Na razão do sentido
Tudo merece razão.
E se o óbvio é óbvio
E o tempo não dá tempo
O choro se engole
Mas retorna a sede.
E se o frio não vence o calor
Tão pouco a fera a razão
O martelo rompe a chuva
Quebrando o crânio do meu coração.