Temporais
Luz risca o céu de ponta a ponta
Paisagem rubra da madrugada
Rugem os leões bravios
Parece desabar o céu...
A cidade fica pequenininha
Ante a fúria dessas águas
Sofre a população ribeirinha
Insone a moça que mora lá em cima...
Os olhos espreitam o temporal
As palavras pululam feito pingos
Os poemas são como enxurrada
Carregam tudo quanto existe...
Desce a água das lembranças
Inevitável, entope os subterrâneos,
Alagam e fazem seus estragos
O peito sente e transborda em versos...
Os temporais são males necessários...
Cláudia Machado
4/3/18