Caratuva

Prepara o espírito, prepara a mochila,

Lanterna, pilha, apito, roupa leve.

Leve também calçado confortável.

Não podemos esquecer o líquido e o alimento.

Tudo certo, tudo arrumado, tudo pronto.

Chegamos ao local combinado do encontro.

Estamos, agora, todos, no ponto de partida.

Preparados, reunidos, prontos para a subida.

O guia dá as instruções e faz um último alerta,

na mata, é comum e quando a barriga aperta,

não se acanhe, faça o número um, caso pois

precise temos uma pá para o número dois.

Com as últimas instruções e alertas do guia,

vamos em frente e a frente faz um belo dia.

Afoitos por vencermos a grande montanha,

era só o que tínhamos focados na mente.

Muitos sem saber que coisa mais estranha

teríamos, ainda, que enfrentar pela frente.

Imaginamos que seria apenas mais uma longa caminhada

e, era... Só que morro acima, sem elevador e sem escada.

Colocamo-nos, em fila, à caminho da trilha,

O guia na frente como uma grande família.

Subimos, subimos e não paramos de subir.

Pouco a pouco, as vozes vão diminuindo,

Guardando as energias, enquanto subindo.

- Quanto falta? – alguém pergunta.

A resposta é sempre a mesma:

- Falta pouco.

E de tanto falta pouco, quase ninguém pergunta mais,

Bate o cansaço e muitos já pensam em ficar para trás.

Pode aguardar até a volta, brincando, alguém sugere,

mas não é um bom negócio para alguém que espere.

O tempo é longo, a caminhada dura

e, ah! Até que enfim estamos no topo.

Valeu o sacrifício, ninguém mais me segura

mesmo parecendo isso coisa para louco.

A paisagem é linda, maravilhosa, deslumbrante

e embora grande seja o cansaço, deixa eufórico o visitante.

Agora é curtir, apreciar, fotografar e descansar um pouquinho,

Por que não podemos ficar, vamos voltar e refazer o caminho.

Retornamos, cansados, doloridos, porém satisfeitos

Vence a montanha quem é aguerrido e bom sujeito.

Todo o esforço, apesar das dores, me valeu à pena

Agora, de longe, a grande montanha, parece pequena.

Até qualquer hora, Caratuva!