NATUREZA SAGRADA

NATUREZA SAGRADA

Um calafrio percorre o meu ser,

A Alma da Ararinha azul a passar.

Uma lágrima corre na minha face,

Choro pelo belo Mutum já extinto.

No paraíso, Noronha, houve a morte,

Acabaram com o rato nativo de lá...

E não há pé ou cabeça nessas mortes,

Tudo que é vida está desaparecendo,

E o homem continua a destruir tudo...

O rato candango e a perereca, dou adeus.

Triste saber que não é só aqui no Brasil,

O homem esse bicho de sete cabeças,

Quer possuir tudo e ter a vida em suas mãos.

Rinocerontes fortes viraram afrodisíaco,

O rei dos animais virou tola pele no chão,

A Quagga extinguiu-se só num zoológico,

Há tantos outros fantasmas na natureza...

Daqui a pouco acabarão os lindos colibris,

A fumaça das chaminés mata o nosso ar,

No mar o plástico mata outros tantos.

Freud não teria explicação a tanto mal,

Tomamos o espaço dos outros moradores,

Somos todos donos desde planeta azul

Seja eu um escorpião ou um amante,

Aqui é a nossa única morada conhecida,

Morrem-se as abelhas, acabam as frutas,

Tudo está interligado como na reprodução.

Daqui a pouco deixaremos de existir,

Na hora do adeus não adianta chorar.

André Zanarella 08-02-2018

Ararinha-azul (Cyanopsitta spixii): (extinta (o))

Mutum do Nordeste (Mitu mitu mitu (extinta (o))

Rato-de-Fernando-de-Noronha (Noronhomys vespuccii):. (extinta (o))

Rato Candango (Juscelinomys candango) (extinta (o))

Perereca-de-Santo-André (Phrynomedusa fimbriata): (extinta (o))

Rinoceronte Negro do Oeste Africano (Diceros bicornis): (extinta (o))

Leão do Cabo (Panthera leo melanochaita): (extinta (o))

Quagga (Equus quagga quagga): (extinta (o))

André Zanarella
Enviado por André Zanarella em 19/02/2018
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