Noronha
E se nada der certo
ainda teremos
as lembranças
de um pôr do sol
com chuva em Noronha
De certo que nosso amor
sofreu o revés da vida
e vez por outra
nos tirou o fôlego
mas deixou os pés no chão
As conspirações
de nosso absoluto ciúme
e silêncio quase intrínseco
trouxeram à tona a certeza
de que fomos feitos um para o outro
Somos a mansidão de arraia de água salgada,
o abstrato som do sol
ao ver a nudez da lua cheia
em dia de maré alta
a tocar nossa pele seca
Em nossos corações,
terra fértil e produtiva,
agora habita a paz,
semente que plantamos juntos
e regamos com muito amor
No lado esquerdo do peito
pulsa acelerado
e em ritmo cardíaco
nossas promessas de eterno amor
e respeito mútuo
E se nada der certo
ainda teremos
a sensação daquele mergulho
onde nossas almas flutuavam
sob as águas claras da paixão
Onde tartarugas, moreias,
peixes azuis, amarelos e cumpridos
nadavam de encontro
ao nosso amor submerso,
quase secreto
Dedico essas linhas
aos nossos sonhos amanhecidos
em terras distantes
ao som de ondas, um céu azul
e o sol por testemunha.
Dario Vasconcelos