Noronha

E se nada der certo

ainda teremos

as lembranças

de um pôr do sol

com chuva em Noronha

De certo que nosso amor

sofreu o revés da vida

e vez por outra

nos tirou o fôlego

mas deixou os pés no chão

As conspirações

de nosso absoluto ciúme

e silêncio quase intrínseco

trouxeram à tona a certeza

de que fomos feitos um para o outro

Somos a mansidão de arraia de água salgada,

o abstrato som do sol

ao ver a nudez da lua cheia

em dia de maré alta

a tocar nossa pele seca

Em nossos corações,

terra fértil e produtiva,

agora habita a paz,

semente que plantamos juntos

e regamos com muito amor

No lado esquerdo do peito

pulsa acelerado

e em ritmo cardíaco

nossas promessas de eterno amor

e respeito mútuo

E se nada der certo

ainda teremos

a sensação daquele mergulho

onde nossas almas flutuavam

sob as águas claras da paixão

Onde tartarugas, moreias,

peixes azuis, amarelos e cumpridos

nadavam de encontro

ao nosso amor submerso,

quase secreto

Dedico essas linhas

aos nossos sonhos amanhecidos

em terras distantes

ao som de ondas, um céu azul

e o sol por testemunha.

Dario Vasconcelos

Dario Vasconcelos
Enviado por Dario Vasconcelos em 24/01/2018
Código do texto: T6235091
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