SENTIMENTO RÉGIO

Nas noites de procela, o mar geme

E os ventos, uivando, ruminam fúria;

Parece que a natureza chora e uma cúria

De pássaros gargalham sibilos em seus lemes.

No conforto das janelas as cortinas balouçam

Derribando objetos no soalho de pedra;

É a atmosfera aborrecida que, em sentinela,

Açoita as nuvens carregadas para que se ouçam

O afoito relampejar e as raios assaz atrevidos!

Trovões fazem quebrar no silêncio de vidro

As últimas palavras que assanham tempestades.

E o assalto se dá na madrugada escura e íngreme:

O tempo se abre e a Lua, principesca, torna-se vitrine

Ante o arrebol da manhã... E o orvalho, majestade!

DE Ivan de Oliveira Melo

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 22/01/2018
Código do texto: T6232623
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