FLOR DE POEMA
FLOR DE POEMA
Brota o poema
como a flor, que se mostra
em singelo sorriso no alvor da manhã.
Não toco nela,
apenas contemplo
a sua beleza de alma vegetal.
O sol ainda morno,
já dilui lentamente
as poucas gotas orvalhadas
sobre as pétalas frescas.
O poema assim,
vai sendo feito de cada verso
que se flori instantâneo
regado pela seiva da planta fecunda.
Isso ocorre,
porque a alma poética
está em sintonia fluídica
com a alma da flor,
e ambas se doam
em meigos gestos afetivos,
que se derramam
nos ares claros da manhã.
Nutre-se também
o poema, de outros gestos simples,
tecidos pela brisa amena
que balança os galhos floridos.
Ademais,
todo o amor que emana
dessa sintonia tão natural,
vem da luz divina
que embeleza as coisas existentes,
a partir do alvor simples
da manhã que se inicia...
Escritor Adilson Fontoura