MOMENTOS...
No espaço, uma borboleta voeja,
delicadeza de um ar bem matutino.
versos criam suas próprias asas de seda
sob a respiração do vento ofegante.
No terreiro, majestosa a aroeira,
pela simples razão de estar presente,
bem vindos sonhos compõem o poente,
anjos invisíveis tocam clarim
ante o doce aroma da manhã.
O que dizer daquele senhor pardo
acocorado à margem de uma estrada,
a querer transpor os limites do tempo,
entre tantas indagações serenas?
E aquela moça sedenta de paixão,
com os olhos presos, fixos no além?...
O vento é composto de um bom poema
a cruzar o eterno indivisível...
O poeta é um bom viajante do além.