PALMEIRA

Não produzes sombra

esta não é tua incumbência

sobre te as aves não fazem ninho

desejas então abanar

os anjos que estão no céu

com essa tamanha estatura?

O vento teu amigo é teu conivente

no agitar das tuas palhas

é lindo te ver a balouçar com escarcéu

produzindo farfalhadas agradáveis

que só o verão, pode proporcionar-te.

Lá no topo, sobre tua palma

pousa uma ave, a brincar

no teu frenético balanço

sobe e desce distante de todos.

Apesar de teu porte,

não me diminuis em nada

és simples, alegre, adornas

o lugar onde estás

sem se aperceber

de teu talhe diferenciado

diante das outras vegetações

que a teus pés te rodeiam.

Majestosa, sou sua súdita

apreciadora aficionada

diante do teu esplendor.

As colinas te observam admiradas

com tua exuberante estatura

conseguem te ver altaneira e bela.

Quem olha para te, encontra o céu

no mesmo olhar, na mesma apreciação

vislumbrando a mesma grandeza

com a singular simplicidade.