Coruja Preta

Qual motivo de tua memória que me assola pássaro negro?

Porque tanto vem aqui assombrar – me o sentimento?

Hei tormento, te desarma! O que há de errado minha cara? Pergunta-me tu...

Óh ave de pena assombrosa, óh fúria atemporal da noite!

Espanta essa ave, a deixa voar. Voa daqui ou te apoleira junto a mim;

O que há? Pássaro mortal que lembranças tu anseia povoar?

Alguma dose da envelhecida cachaça te assombra acolá?

E tu vens me assombrar? Porque hoje, agora?

Se vá para o céu, misturar-se tonta ao ermo véu lunar!

Vai beleza estranha, não suplica o olhar a mim!

Olhava eu para o galho em minha janela... Aquela ave;

Respondeu-me então – Sai tu, eu que me estremeço;

Contigo todas as noites a me espiar – Fugi do quarto;

Corri pelos lados, e entendi que Eu estava em Teu caminho e lugar!

Júlia Trevas
Enviado por Júlia Trevas em 26/09/2017
Reeditado em 28/09/2017
Código do texto: T6125534
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