Coruja Preta
Qual motivo de tua memória que me assola pássaro negro?
Porque tanto vem aqui assombrar – me o sentimento?
Hei tormento, te desarma! O que há de errado minha cara? Pergunta-me tu...
Óh ave de pena assombrosa, óh fúria atemporal da noite!
Espanta essa ave, a deixa voar. Voa daqui ou te apoleira junto a mim;
O que há? Pássaro mortal que lembranças tu anseia povoar?
Alguma dose da envelhecida cachaça te assombra acolá?
E tu vens me assombrar? Porque hoje, agora?
Se vá para o céu, misturar-se tonta ao ermo véu lunar!
Vai beleza estranha, não suplica o olhar a mim!
Olhava eu para o galho em minha janela... Aquela ave;
Respondeu-me então – Sai tu, eu que me estremeço;
Contigo todas as noites a me espiar – Fugi do quarto;
Corri pelos lados, e entendi que Eu estava em Teu caminho e lugar!